Setembro Amarelo: SES reforça tratamento de transtorno de ansiedade no SUS

A ansiedade é uma reação emocional que pode surgir em qualquer momento da vida. Ela ajuda o corpo a se adaptar a situações desconhecidas e a alertar em momentos de perigo. No entanto, quando a ansiedade se torna exagerada e persistente, ela pode atrapalhar a vida diária.

Conforme dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil tem a maior prevalência de transtornos de ansiedade no mundo, com 9,3% da população sofrendo de ansiedade patológica. Mas, o que é ansiedade? Quando se torna um transtorno? Como proceder se tiver sintomas?

Os principais sintomas de crise de ansiedade são: sensação de que algo de ruim pode acontecer; medo de perder o controle; coração acelerado; náuseas e/ou desconforto no abdome; dor no peito; sensação de falta de ar, sufocamento ou respiração acelerada; e tremores e/ou suor excessivo.

Tipos de Transtornos de Ansiedade

Segundo a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), quatro tipos são englobados no conceito de transtornos de ansiedade:

*Transtorno de Pânico: Ataques de pânico repentinos com sintomas como sufocamento, taquicardia e sensação de morte.

*Transtorno Obsessivo Compulsivo: Pensamentos obsessivos e compulsões que causam ansiedade.

*Transtorno de Ansiedade Social: Ansiedade em situações sociais, causando tremores e suor excessivo.

*Transtorno de Ansiedade Generalizada: Ansiedade constante e prolongada, sem relação com situações específicas.

Transtorno de Ansiedade na Infância

Crianças podem apresentar sintomas físicos como dor de cabeça e alterações no sono. Sinais de ansiedade excessiva incluem angústia constante e medo sem justificativa.

Tratamento no SUS

Para o acesso aos serviços de saúde mental no Sistema Único de Saúde (SUS), a Rede de Apoio Psicossocial (Raps) possui papel estratégico. A saúde mental é essencial e os Centros de Apoio Psicossociais (Caps) estão estruturados para atendimento multidisciplinar e de forma mais próxima à população.

Orientações da SES-MG

Segundo a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), caso sinta sintomas ou tenha demanda de outros fatores de saúde mental, o cidadão deve:

*Buscar atendimento, preferencialmente, em Unidades Básicas de Saúde (UBSs). Em caso de impossibilidade, buscar atendimento nos Centros de Atenção Psicossocial (Caps), Unidades de Pronto Atendimento (UPA) ou Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

O fluxo de atendimento ocorre da seguinte forma:

*Em casos de atenção à crise, a equipe que ofertar o primeiro atendimento – seja Atenção Primária à Saúde (APS), UPA, Samu ou pronto atendimento do Caps de referência para discussão do caso e encaminhamento responsável.

*Caso o paciente se apresente estabilizado, porém com ideações suicidas e/ou sofrimento mental, seu atendimento será feito na Unidade Básica de Saúde. Contudo, se o usuário necessitar de auxílio médico devido à tentativa de suicídio, automutilação e/ou crise, ele necessitará primeiramente ser atendido nos serviços de urgência e emergência, como as UPAs, hospitais e pronto socorros, e deverá ser encaminhado, conforme fluxo assistencial pactuado.

*Após esse primeiro atendimento emergencial, ou caso o usuário esteja estável clinicamente, não precise desses cuidados, deverá ser direcionado, por meio de um encaminhamento, para a APS ou Caps de referência do município para o acompanhamento.

*De acordo com as normativas vigentes, a internação, em qualquer de suas modalidades, só será indicada quando os recursos extra-hospitalares se mostrarem insuficientes. Se, a partir de análise minuciosa e avaliação psicossocial do paciente, a equipe de saúde observar a identificar a necessidade de internação hospitalar, o usuário deverá ser acolhido de acordo com a grade de referência dos municípios da área de abrangência da regional de saúde, considerando a importância do cuidado no território, próximo aos familiares com vistas à manutenção dos laços sociofamiliares.

O que pode ajudar durante uma crise de ansiedade?

Nunca é fácil passar por essa situação, por isso reunimos algumas dicas para lidar com uma crise de ansiedade, minimizando os efeitos dessa manifestação de maneira mais rápida.

Controle da respiração

A respiração descompensada costuma ser um dos sintomas mais comuns e incômodos de uma crise de ansiedade, causando a sensação de falta de ar. Por isso, recompor o ritmo natural da inspiração e expiração do ar pode ajudar bastante no controle da crise.

Para isso, existem várias estratégias. As mais úteis são aquelas que ajudam o indivíduo a controlar o ritmo da respiração por meio do sobe e desce do diafragma, músculo que fica abaixo dos pulmões.

Um exemplo é inspirar pelo nariz, contar até quatro e expirar o ar pela boca, em oito segundos. Espere mais quatro segundos e repita o exercício até se acalmar. Com a mão sobre o peito, será possível sentir justamente o diafragma subindo e descendo.

Tentar mudar de foco e se distrair

Outra característica comum é o foco excessivo do pensamento sobre determinados aspectos, o que leva a mente a ficar saturada. Dessa forma, tentar desfazer tal sobrecarga pode ajudar na superação da crise.

Nesses casos, é natural que cada pessoa tenha a sua própria estratégia para desfazer o foco excessivo naquilo que desencadeou a crise ou mesmo nos sintomas apresentados.

Em todo caso, conversar com alguém pode ajudar bastante, por exemplo. Imaginar-se em outro local, lembrar de coisas que você gosta, tentar focar em outra atividade ou contar de 1 até 10 várias vezes seguidas pode reduzir a agitação da mente.

Relaxar os músculos

A contração involuntária dos músculos devido à tensão durante uma crise de ansiedade pode gerar ainda mais desconforto. Por isso, vale tentar fazer pequenos alongamentos, que, acompanhados do controle da respiração, ajudam a reverter a crise.

Quando procurar ajuda especializada?

Crises de ansiedade podem fazer parte de um quadro psiquiátrico que precisa ser tratado. Assim, quando esse tipo de problema se torna frequente e afeta atividades que antes não eram um problema, é indicado procurar ajuda profissional de um médico psiquiatra.

Esse pode ser um critério subjetivo, mas que ajuda a compreender que conviver com esse tipo de problema não deve ser visto como algo natural. Normalmente, após o diagnóstico, o tratamento é feito com a combinação de fármacos devidamente prescritos por um médico psiquiátrico e o acompanhamento psicoterapêutico com um psicólogo.

Para entender melhor como depressão e ansiedade afetam áreas como o sono, confira um e-book sobre o assunto, preparado pelos especialistas da Clínica Einstein. Ele está disponível gratuitamente aqui.

Fonte para pesquisa: Leandro Heringer (SES-MG) e Alexandre R. Marra (Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein)

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