Secretaria de Saúde reforça o alerta e a conscientização da sociedade no combate à hanseníase

Campanha Janeiro Roxo lembra a doença, que tem cura e tratamento gratuito pelo Sistema Único de Saúde

Para que ninguém precise evitar o contato com os amigos e familiares em função da hanseníase, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) reforça a importância do diagnóstico precoce e do tratamento, disponível pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em todo o Estado, e que, assim que iniciado, põe fim à transmissão.

A hanseníase é causada pela bactéria Mycobacterium leprae, transmitida por meio das vias respiratórias (fala, tosse ou espirro) e atinge a pele e os nervos periféricos como os das mãos e pés, causando a perda de sensibilidade da pele. Se não for tratada, pode evoluir para o comprometimento severo dos movimentos dos membros.

Nos últimos três anos, foram diagnosticados em Minas Gerais a média de 1.339 novos casos da hanseníase por ano, o que demonstra que há transmissão ativa da doença no Estado.

A transmissão ocorre durante o convívio prolongado com a pessoa que está doente e que ainda não iniciou o tratamento. Quando a pessoa perceber alguns sinais como: manchas de cor esbranquiçada, avermelhada ou acastanhada, com diminuição ou perda de sensibilidade, pele seca e queda de pêlos, dor, sensação de choque, fisgadas e agulhadas ao longo dos nervos dos braços e pernas; nódulos avermelhados e dolorosos no corpo e diminuição da força muscular das mãos, pés ou face, a orientação é buscar imediatamente atendimento médico para avaliação e diagnóstico.

Tratamento

O tratamento da hanseníase é por meio de medicamentos que são dispensados gratuitamente nas unidades de saúde. Segundo a médica dermatologista do Hospital Eduardo de Menezes, Ana Cláudia Lyon, o paciente deve ir uma vez por mês à unidade de referência. O tratamento dura entre seis meses e um ano, podendo ser prorrogado, em casos especiais.

É fundamental que todas as pessoas com a doença sejam tratadas e que a avaliação seja expandida para os familiares. O Estado de Minas Gerais conta com uma Rede de Atenção à Pessoa com Hanseníase, que compreende uma série de ações e serviços de saúde voltados para a prevenção, diagnóstico, tratamento e reabilitação de pacientes com a doença.

Essa rede envolve a Atenção Primária à Saúde, os serviços especializados, centros de referência e unidades hospitalares, integrando diferentes pontos do Sistema Único de Saúde, com equipes multiprofissionais compostas por médicos, enfermeiros e fisioterapeutas, que são capacitados para a identificação e acompanhamento dos casos, garantindo um tratamento eficaz e mais qualidade de vida aos pacientes.

A Fundação Hospitalar de Minas Gerais (Fhemig) é a maior prestadora pública de leitos de cuidados prolongados do SUS no País. Grande parte desses leitos está nas Casas de Saúde – centros de reabilitação com destaque para o tratamento da hanseníase, por meio de uma linha de cuidados exclusiva para este público, atendido por equipes multidisciplinares.

Com a experiência de quase cinco décadas no tratamento da hanseníase, a Fhemig promove, por meio das Casas de Saúde Santa Izabel (CSSI), em Betim; Santa Fé (CSSFe), em Três Corações; São Francisco de Assis (CSSFA), em Bambuí; e Padre Damião (CSPD), em Ubá, a reabilitação das pessoas atingidas pelo bacilo de Hansen e a capacitação de profissionais em todo o território mineiro. Há, ainda, o Hospital Eduardo de Menezes (HEM), em Belo Horizonte, referência estadual nos tratamentos dermatológicos de doenças sanitárias e demais doenças infectocontagiosas.

Somente em 2023, as Casas de Saúde da Fhemig realizaram quase 37 mil atendimentos (consultas eletivas e de emergência e atendimentos domiciliares), além de 1.600 internações. Naquele ano, os estabelecimentos se empenharam em promover a modernização e o revocacionamento para unidades de reabilitação. Em outubro, a CSPD se consolidou como um hospital especializado em cuidados prolongados, tendo como principal objetivo promover a reabilitação e/ou adaptação de pacientes com sequelas decorrentes de doenças como a hanseníase, além de cirurgias, traumas e outros processos clínicos. A ampliação, de dez para 40 leitos – um aumento de 300% – além de impactar na qualidade de vida dos usuários da unidade, fortaleceu a infraestrutura de saúde pública de Ubá e da macrorregião, composta por 94 municípios.

Em Três Corações, a inauguração, em outubro, do Serviço de Dermatologia Sanitária possibilitou habilitação para Atenção Integral em Hanseníase Tipo II, aprovada na Comissão Intergestores Bipartite (CIB-MG), o que fortalece o papel histórico da unidade no tratamento dessa doença e a torna referência para a assistência em outras patologias, como câncer de pele e dermatoses ocupacionais

O revocacionamento dessas unidades é uma oportunidade de maior oferta de serviços integrados à demanda do território, fortalecendo o papel da Fundação enquanto prestador de serviços de média e alta complexidade para o SUS e integrando as unidades às Redes de Atenção à Saúde.

Perfil dos casos

Segundo o Painel Epidemiológico da Hanseníase, disponibilizado pela SES-MG, nos últimos 10 anos foram notificados mais de 14.900 casos em todo o Estado. As regiões Norte, Centro e Triângulo do Norte concentram, juntas, 43,4% das notificações, sendo a Norte, com 2.557 notificações, a Centro, com 1.991 notificações e Triângulo Norte, com 1.930.

A doença pode acometer pessoas de todas as idades e ambos os sexos. A concentração dos casos está em pessoas com idade entre 40 e 59 anos e quase a metade dos casos já apresentava alguma incapacidade física no momento do diagnóstico (alteração de sensibilidade ou deformidade). Também foram registrados 1.062 casos de hanseníase em crianças e adolescentes menores de 15 anos de idade, neste período.

O painel pode ser acessado neste link.

No mês de janeiro de 2024, os dados sobre hanseníase também foram divulgados no Portal de Dados Abertos do Estado de Minas Gerais: https://dados.mg.gov.br/dataset/dados_hanseniase_ses.

Outras ações

Além do painel, que dá visibilidade e monitora os casos notificados de hanseníase em Minas Gerais, a SES-MG também dá apoio para elaboração e monitoramento dos Planos Regionais de Enfrentamento à Hanseníase com ações direcionadas à realidade de cada território, bem como o apoio técnico às Unidades Regionais de Saúde e municípios.

A SES-MG faz o gerenciamento e a distribuição de insumos, como os testes rápidos, que auxiliam no diagnóstico entre contatos de casos com hanseníase (domiciliares que moram na mesma casa ou sociais, que convivem muito tempo juntos) e os medicamentos para tratamento da doença. Os testes foram disponibilizados para municípios com casos registrados.

Outra ação importante é a condução do Comitê Estadual de Enfrentamento da Hanseníase, espaço de discussão das ações, que realiza reuniões bimensais com a participação de áreas técnicas da Secretaria de Estado de Saúde, universidades, centros de referência, outros órgãos públicos e da sociedade civil.

Fonte: SES Jornalismo e Fhemig Jornalismo

Mais informações com a assessora técnica de Saúde da AMM, Juliana Marinho, pelo WhatsApp (31) 2125-2400.

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