Minas Gerais deve registrar, em 2025, um novo recorde no número de transplantes. Apenas no primeiro semestre, o Estado já superou em 8% os índices do mesmo período do ano passado, que havia sido um dos melhores desde a pandemia.
A expectativa, projeta o MG Transplantes, coordenado pela Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), é encerrar o ano com mais de dois mil procedimentos.
Recomeço
A doação de órgãos pode significar uma nova chance de vida. Foi assim para o bancário Itamar Borges Junior, de 45 anos. Após conviver por anos com o diabetes, cujos sintomas apareceram ainda na juventude, Itamar começou a apresentar complicações da doença em 2011, enfrentando a perda parcial da visão, problemas renais e sessões de hemodiálise. O transplante de rim e pâncreas, em 2014 no Hospital Felício Rocho, transformou a história: ele se formou em administração, voltou ao trabalho, formou família e retomou planos interrompidos pela doença.
Ações
O MG Transplantes vem intensificando neste ano a capacitação nas diferentes etapas do processo de doação. Foram oferecidos treinamentos para médicos no diagnóstico de morte encefálica, além de cursos voltados para equipes multiprofissionais sobre comunicação em situações críticas, como a abordagem às famílias para autorização da doação.
Os primeiros resultados já começaram a aparecer: em 2024, foram 980 transplantes de córneas; já em 2025, o número já se aproxima de 700 apenas no primeiro semestre. A previsão é encerrar o ano com aproximadamente 1.200 procedimentos – aumento de mais de 20%.
Campanha Setembro Verde
A Campanha Setembro Verde tem o objetivo de criar uma sociedade que não apenas aceite, mas valorize as capacidades de todos os indivíduos, garantindo acessibilidade e oportunidades iguais.
Em 27 de setembro, é lembrado, também, o Dia Nacional da Doação de Órgãos, instituído pela Lei nº 11.584/2007, com o objetivo de promover a conscientização da sociedade sobre a importância da doação. A campanha pretende, ao mesmo tempo, estimular as pessoas para que conversem com seus familiares e amigos sobre o assunto.
O grande desafio para o aumento da doação de órgãos no Estado ainda é a recusa familiar. Atualmente, aproximadamente 45% das famílias não autorizam o procedimento. Por isso, campanhas como o Setembro Verde são fundamentais para esclarecer a população sobre a importância da doação.
Doadores
– Existem dois tipos de doadores: os vivos e os falecidos.
– Doador vivo é qualquer pessoa saudável e capaz, nos termos da lei, que concorde com a doação – rins, parte do fígado ou dos pulmões e medula óssea –, sem prejudicar sua própria saúde.
– Doador falecido é qualquer pessoa identificada cuja morte encefálica ou parada cardíaca tenha sido comprovada e cuja família autorize a doação.
– O doador falecido por morte encefálica pode doar fígado, rins, pulmões, pâncreas, coração, intestino delgado e tecidos.
– O doador falecido por parada cardíaca pode doar tecidos: córneas, pele, ossos, tendões, vasos sanguíneos, etc..
Assessora técnica de Saúde da AMM, Juliana Marinho, WhatsApp (31) 2125-2400.