A última semana de maio está sendo destinada aos cuidados com a visão. No Dia Nacional de Combate ao Glaucoma, celebrado nesta segunda-feira (26/5), o Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais (Ipsemg) reforça a importância da necessidade de cuidados básicos, como o comparecimento regular ao oftalmologista.
O glaucoma é uma doença ocular crônica provocada pela elevação da pressão ocular. Quando não diagnosticada e tratada precocemente causa lesões no nervo óptico, levando à cegueira irreversível. Segundo estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2024, publicada no portal Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), o problema afeta entre 1% e 2% da população com mais de 40 anos de idade em todo o mundo, o que representa cerca de três milhões de pessoas.
O acompanhamento oftalmológico regular pode ajudar na detecção do problema antes que ele se agrave e é uma forma de prevenir e tratar a doença, considerada a maior causa de cegueira irreversível no mundo.
Denominado “ladrão silencioso da visão”, o glaucoma está associado a determinados fatores de risco, como histórico da doença na família, idade acima de 40 anos, presença de miopia em graus altos e etnia africana (para glaucoma de ângulo aberto) ou asiática (glaucoma de ângulo fechado). Principalmente para esses grupos, o acompanhamento médico oftalmológico é muito importante.
O tratamento inclui terapias medicamentosas, cirurgia e terapia com laser, a depender de cada caso e da gravidade. O importante é que o paciente siga o tratamento de forma contínua e supervisionada por seu oftalmologista.
Primeiras captações de córneas
O Hospital Orestes Diniz, que integra a Casa de Saúde Santa Izabel (CSSI), da rede da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), em Betim, fez as primeiras captações de córneas para transplantes em Minas Gerais.
Parte da captação já foi utilizada e outra parte foi disponibilizada a duas equipes transplantadoras com alta probabilidade de ser utilizada. A ação significa a retirada de quatro pacientes da fila de espera com a oportunidade de mais qualidade de vida.
A ação é inédita na CSSI e representa um importante reforço para a captação de tecidos e para transplantes no Estado. De janeiro até o momento, já foram realizados 369 transplantes de córnea em Minas Gerais.
A captação na CSSI comprova o papel das Comissões Intra-hospitalares de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT). Elas são treinadas pelo MG Transplantes (MGTX) para avaliarem a viabilidade dos doadores, realizarem a abordagem dos familiares e notificarem o Banco de Tecidos Oculares do Hospital João XXIII, também conhecido como Banco de Olhos, para a retirada das córneas.
Sobre a doação
A córnea é a estrutura transparente que cobre a parte da frente do olho. O transplante permite sua substituição total ou parcial em caso de perfuração ou embaçamento e contribui para a recuperação da visão em mais de 90% dos casos.
O doador de tecidos oculares pode ter entre 2 e 80 anos, sendo necessário passar por uma triagem social e médica antes da doação, para definir se há alguma contraindicação.
Pacientes que ficaram cegos por diabetes, glaucoma, catarata ou usuários de óculos ou lentes de contato também podem ser doadores. Esses e outros problemas visuais não impedem a doação da córnea, pois vários deles estão localizados no fundo dos olhos e a córnea fica na superfície.
A retirada dos tecidos deve ser feita até seis horas após o óbito, podendo ser estendida até 12 horas em caso de resfriamento do corpo. As córneas podem ser armazenadas no Banco de Tecidos Oculares por até 14 dias até serem utilizadas. A retirada é por meio de técnicas cirúrgicas, sem que a aparência do doador seja modificada.