AMM alerta: temperaturas acima de 32ºC podem representar sérios riscos à saúde

O calor traz, também, muita chuva e há previsão de ocorrer, inclusive, pancadas fortes e granizo em algumas regiões mineiras

A primavera de 2023 começou quente devido ao fenômeno El Niño, quando o oceano Pacífico Equatorial está mais quente do que a condição média histórica (climatológica). Dessa forma, temperaturas acima dos 32°C estão sendo registradas em diferentes regiões mineiras e o calor vai continuar, causando preocupações em diferentes setores como a saúde, a agricultura e a energia, que podem ser substancialmente afetados pelas temperaturas acima da média.

Por ouro lado, meteorologistas afirmam que pode haver pancadas de chuva com trovoada e granizo entre quinta (28) e sexta-feira (29) na região Sudeste. Mesmo com as mudanças que estão por vir, o início da semana segue de muito calor no Triângulo, Alto Paranaíba e Noroeste de Minas, com termômetros que podem atingir a marca de 42 °C.

A assessoria de Saúde da AMM alerta que a persistência de dias com elevada temperatura representa riscos relevantes para a saúde de populações, particularmente as mais vulneráveis, a agravos e doenças relacionadas ao calor, sobretudo:

  • Crianças nos primeiros anos de vida.
  • Idosos.
  • Portadores de doenças crônicas (hipertensão, arritmia, respiratórias, renais, diabetes e alcoolismo, obesos).
  • Acamados.
  • Pessoas com problemas ou transtorno mental ou sofrimento psíquico.
  • Pessoas que utilizam determinados medicamentos, como: anti-hipertensivos, antiarrítmicos, diuréticos, antidepressivos, neurolépticos, entre outros.

Os principais impactos sobre a saúde são:

Estresse térmico: É o resultado de sobrecarga de calor no corpo. Sinais de estresse térmico podem incluir temperatura do corpo acima de 40º, perda completa ou parcial de consciência e/ou capacidade mental reduzida. Apesar da sudorese (suor ou transpiração) parecer um bom indicador, não é, pois há dois tipos de estresse térmico:

  • Clássico – acompanhado de pouca ou nenhuma transpiração, geralmente ocorrendo em crianças, pessoas com doenças crônicas e idosos.
  • Por esforço – acompanhado por um aumento na temperatura do corpo devido a exercício extenuante ou exposição ocupacional em combinação com calor ambiental e quando a transpiração está geralmente presente.

Exaustão pelo calor: Causado pela perda excessiva de água e sal. Os sintomas podem incluir a transpiração, fraqueza, tonturas, náuseas, dor de cabeça, cãibras musculares e diarréia.

Desmaios pelo calor (síncope): Causados pela perda de fluidos do corpo por meio do suor e pela diminuição da pressão do sangue devido ao acúmulo de sangue nas pernas. Os sintomas incluem tontura temporária e desmaios resultantes de um fluxo insuficiente de sangue para o cérebro enquanto a pessoa está em pé ou sentada.

Cólicas pelo calor: Causada por um desequilíbrio de sal resultante de uma falha para substituir o sal perdido pela transpiração excessiva. Os sintomas são dores musculares agudas.

Brotoeja pelo calor (miliária rubra): Resultado de inflamação de glândulas sudoríparas ocluídas e acompanhada de pequenas manchas vermelhas na pele, que podem dar uma sensação de formigamento.

Edema pelo calor: Inchaço induzido pelo calor, frequentemente perceptível nos tornozelos, pés e mãos, e mais frequentemente observado em pessoas que não estão regularmente expostas ao calor.

Recomendações

1º) proteja-se do sol e do calor

  • Evite a exposição direta ao sol, em especial, entre as 10 e as 16 horas.
  • Use chapéus e óculos escuros (especialmente para pessoas de pele clara). Proteja as crianças com chapéu de abas.
  • Use roupa solta, de preferência de algodão, e aplique sempre protetor solar.
  • Diminua os esforços físicos e repouse frequentemente em locais à sombra, frescos e arejados.


2º) Beba líquidos e faça uma alimentação equilibrada

  • Aumente a ingestão de água ou de sucos de frutas naturais, sem adição de açúcar, mesmo sem ter sede.
  • Evite bebidas alcoólicas, refrigerantes, sucos artificiais, e com elevado teor de açúcar.
  • Faça refeições leves, pouco condimentadas e mais frequentes.
  • Embora os refrigerantes tenham água em sua composição, eles acabam por causar desidratação e a redução do fluxo urinário, pode causar maior risco de infecção urinária.
  • Atenção: os recém-nascidos, as crianças, os idosos e as pessoas doentes podem não sentir sede. Ofereça-lhes água!


3º) Refresque-se

  • Permaneça de 2 a 3 horas por dia em um ambiente fresco. Se isso não for possível em sua casa, desloque-se para centros comerciais ou outros locais com ar condicionado.
  • No período de maior calor, tomar um banho com água ligeiramente morna. Evite mudanças bruscas de temperatura.


4º) Em casa

  • Evite a entrada do calor. Feche cortinas e/ou janelas mais expostas ao calor e facilite a circulação do ar.
  • Abra as janelas durante a noite.
  • Utilize menos roupas de cama e vista-se com menos roupas ao dormir, sobretudo, em bebês e pessoas acamadas.


5º) Em viagem

  • Se o carro não tiver ar condicionado, não feche completamente as janelas.
  • Leve água ou sucos de frutas naturais sem adição de açúcar.
  • Sempre que possível, viaje de noite, observando, porém, a situação de segurança no trânsito
  • Evite a permanência de crianças, pessoas doentes ou idosos em viaturas expostas ao sol.


6º) Procure e dê ajuda

  • Não hesite em pedir ajuda a um familiar ou vizinho no caso de se sentir mal com o calor.
  • Informe-se periodicamente sobre o estado de saúde das pessoas que vivem só, idosas ou com dependência que vivam perto de si e ajude-as a protegerem-se do calor.


Atenção: consulte um médico nos seguintes casos:

  • mal-estar, fraqueza, sonolência;
  • irritabilidade, dificuldade de atenção;
  • sensação de fome, quando na verdade é sede;
  • dor de cabeça, principalmente pela manhã; e.
  • tontura ao levantar-se da posição sentada ou deitada (hipotensão postural).

Referências:

*CANADÁ. Ministério da Saúde. Communicating the Health Risks of Extreme Heat Events: Toolkit for Public Health and Emergency Management Officials. 2011.

*PAHO – PAN AMERICAN HEALTH ORANIZATION; WHO – WORLD HEALTH ORGANIZATION. Heat–Health Action Pans.Washington, D.C., 2008.

*PORTUGAL. Ministério da Saúde. Direcção-Geral da Saúde Divisão de Saúde Ambiental. Volante. CALOR: A SAÚDE EM PERIGO Saiba como proteger-se. Disponível em: <www.dgs.pt> Acessado em 17/02/2014.

*RS. Centro Estadual de Vigilância em Saúde. Núcleo de Eventos Ambientais Adversos à Saúde. Alerta para a onda de calor. Porto Alegre, 18/04/2016.

*G1, ECMWF e Meteored. Mais informações com a assessora técnica de Saúde da AMM, Juliana Marinho, pelo WhatsApp (31) 2125-2400.

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