Este mês do ano é também dedicado à campanha Outubro Verde, que visa alertar a população para a importância do diagnóstico precoce e do tratamento da sífilis. Além disso, em 19/10 celebra-se o Dia Nacional de Combate à Sífilis Congênita. A AMM convida os gestores a apoiar a campanha, uma vez que, em nível nacional, o agravo da doença tem apresentado aumento progressivo das taxas de transmissão vertical (das gestantes para bebês).
A sífilis é transmitida por meio de relações sexuais desprotegidas, sangue ou produtos sanguíneos (agulhas contaminadas ou transfusão com sangue não testado), além da transmissão da mãe para o filho em qualquer fase da gestação, no momento do parto ou pela amamentação.
O tratamento é estendido aos parceiros sexuais e é feito com antibióticos, além de ser acompanhado com exames clínicos e laboratoriais para avaliar a evolução da doença.
Trata-se de uma infecção curável, com tratamento relativamente simples, mas pegar uma vez não confere imunidade. Nas formas mais graves da doença, como na fase terciária, o não tratamento adequado pode levar à morte.
Pelo fato de ser uma doença para a qual existe a possibilidade de diagnóstico precoce e ser detectada pelos serviços de atenção primária, por meio de testes rápidos disponibilizados nas unidades básicas de Saúde (UBS), são necessárias ações informativas para deter o avanço da transmissão, uma vez que é uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) exclusiva do ser humano.
O uso de preservativos (tanto femininos como masculinos) durante todas as relações sexuais é a maneira mais segura de prevenir a doença. O acompanhamento das gestantes e dos parceiros durante o pré-natal contribui para o controle da sífilis congênita.
Ações nos municípios
As medidas importantes que os municípios devem manter durante todo o ano são as ações de educação sexual envolvendo as diversas faixas etárias da população. Entre as atividades o foco deve ser direcionado ao planejamento familiar; ao pré-natal; às ações voltadas para o público presente nas salas de espera das unidades de saúde, escolas e universidades, além dos grupos de maior vulnerabilidade, constituído por pessoas do sexo masculino com idade entre 20 e 29 anos.
Cenário
Dados do Ministério da Saúde apontam que, enquanto em 2012 a taxa de detecção de sífilis adquirida (transmitida de pessoa para pessoa) foi de 14,1% por 100 mil habitantes, em 2022 o percentual aumentou para 99,2% para cada 100 mil pessoas.
No caso do diagnóstico de sífilis em gestantes, a taxa de detecção saltou de 5,7% em 2012 para 32,4% em 2022. Já a taxa de incidência de sífilis congênita para cada grupo de mil nascidos vivos passou de 4% em 2012 para 10,3% em 2022.
Em Minas Gerais o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) revela que entre 2018 e 2022 foram contabilizados 80.788 casos de sífilis adquirida. A taxa de detecção, que em 2018 era de 69,8% por 100 mil habitantes, saltou em 2022 para 99,6%.
No caso de sífilis em gestantes, entre 2018 e 2022 foram notificados 27.901 casos de sífilis. A taxa de incidência que em 2018 era de 20,7% passou para 27,3% em 2022.
Quanto à transmissão de sífilis de gestantes para bebês, entre 2018 e 2022 o Sinan revela que Minas Gerais contabilizou 10.911 casos. A taxa de incidência varia entre 7,2% a 9,5% para cada grupo de mil nascidos vivos.
Mais informações na SES-MG: https://www.saude.mg.gov.br