A primeira vacina contra a covid-19 totalmente nacional, chamada SpiN-TEC, deve estar disponível para a população via Sistema Único de Saúde (SUS) no primeiro semestre do ano que vem. A informação foi divulgada nesta quinta-feira (16) pela ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos.
Desenvolvida pelo Centro de Tecnologia de Vacinas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a dose conta com recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. O ministério investiu R$ 140 milhões, por meio da RedeVírus, apoiando desde ensaios pré-clínicos até as fases clínicas 1, 2 e 3.
O imunizante está em fase final de estudos – no início do mês, o Brasil publicou o primeiro artigo científico sobre testes de segurança que mostram que a vacina é segura.
“Já vamos dar entrada na Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária] para poder fazer a validação dessa vacina. Quem está fazendo a compra tecnológica é uma empresa também brasileira, a Libbs. Estive ontem (15) com eles, em São Paulo. Vão fazer o IFA [insumo farmacêutico ativo]. E quem vai envasar é outra empresa brasileira de Minas Gerais. É um orgulho nacional”, afirma a ministra.
Testes
Nos testes conduzidos, de acordo com o pesquisador e coordenador do CT-Vacinas, Ricardo Gazzinelli, a SpiN-TEC mostrou ter inclusive menos efeitos colaterais do que a vacina da norte-americana Pfizer.
A SpiN-TEC adota estratégia inovadora, a imunidade celular. Isso significa que ela prepara as células para que não sejam infectadas. Caso a infecção ocorra, a vacina capacita o sistema imunológico a atacar apenas as células atingidas, que são destruídas. Essa abordagem mostrou-se mais eficaz contra variantes da covid-19 nos ensaios em animais e em dados preliminares em humanos.
Leia também: SpiN-TEC finaliza com sucesso fase 2 dos testes clínicos
Leia também: Vacina brasileira contra covid entra na fase final de estudos
Foto: Pixabay