Minas Gerais intensifica ações para enfrentar pior ano epidêmico de dengue

As prefeituras que ainda não fazem parte do movimento “Dia D de conscientização e combate às arboviroses – 24 de fevereiro” podem procurar a Unidade Regional de Saúde

O secretário de Estado de Saúde de Minas Gerais, Fábio Baccheretti, apresentou o cenário atualizado das arboviroses urbanas no Estado. A expectativa é que Minas Gerais vivencie o pior ano da história de dengue em 2024, em comparação com anos epidêmicos anteriores. Para esse enfrentamento, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), além do repasse de mais de R$ 150 milhões a todos os municípios do Estado, trabalha na capacitação das equipes de saúde quanto ao manejo adequado e na mobilização para as ações programadas para o Dia D de conscientização e combate às arboviroses, que será realizado no dia 24 de fevereiro.

De acordo com o Painel de Monitoramento das Arboviroses, até 19/2, Minas Gerais registrou 218.265 casos prováveis (casos notificados, exceto os descartados) de dengue. Desse total, 75.310 casos foram confirmados para a doença. Até o momento, há 19 óbitos confirmados por dengue no Estado e 122 estão em investigação.

Em relação à febre Chikungunya, foram registrados 25.522 casos prováveis da doença, dos quais 16.907 foram confirmados. Até o momento, quatro óbitos foram confirmados por Chikungunya em Minas Gerais e 14 estão em investigação.

Quanto ao vírus Zika, até o momento, foram registrados 22 casos prováveis. Foi confirmado um caso da doença. Não há óbitos confirmados ou em investigação por Zika em Minas Gerais.

Sala de hidratação

Para ampliar o atendimento e apoiar a assistência à população, a SES-MG abriu, em Belo Horizonte, no dia 2/2, por meio da Fundação Hospitalar de Minas Gerais (Fhemig), uma unidade de hidratação (reposição volêmica) no Hospital Júlia Kubitschek (HJK), na região do Barreiro. O local, que passou a funcionar 24 horas por dia, conta com 21 poltronas para atendimento a pacientes que precisam receber hidratação venosa e 30 cadeiras para hidratação oral.

A unidade de hidratação possui sala de triagem, dois consultórios médicos, duas salas de reposição venosa e espaço para hidratação oral e a capacidade de atendimento pode chegar a até 300 pessoas por dia. A maternidade do Hospital Júlia Kubitschek também passou a ser referência municipal no atendimento a gestantes com dengue, chikungunya ou zika.

A abertura da unidade de hidratação integra ações previstas no Plano de Contingência da Fhemig em relação às doenças causadas pelo Aedes aegypti, que prevê a ativação progressiva dos serviços, conforme a demanda do município de Belo Horizonte (gestor pleno da saúde) e a situação epidemiológica.

Dia D

A SES-MG, por meio das 28 Unidades Regionais de Saúde, está coordenando o Dia D em todo o Estado, no dia 24/2. A ideia é promover o movimento Minas Unida ao Combate ao Mosquito. Já aderiram 160 municípios mineiros de todas as regiões, que irão fazer mutirões comunitários para eliminar os focos de Aedes aegypti.

Estão planejadas ações de mobilização para orientar e conscientizar a população que a responsabilidade diária de manter ambientes dentro das casas é também do cidadão.

As prefeituras que ainda não fazem parte do movimento podem procurar a Unidade Regional de Saúde. Mais informações estão disponíveis em www.saude.mg.gov.br/aedes.

Atuação no Estado

O Governo de Minas publicou, em 27/1, decreto que declara a situação de emergência em Saúde Pública no Estado, em razão do cenário epidemiológico das arboviroses (dengue, zika e chikungunya), de modo a autorizar a adoção de medidas administrativas que se façam necessárias, como a requisição de bens ou serviços, além da flexibilização para contração de direta de produtos, insumos e materiais para atendimento no período da situação emergencial.

A partir do decreto, foi implantado o Centro de Operação de Emergência (COE), estrutura de governança no âmbito da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) para a execução das medidas de enfrentamento da situação de emergência em Saúde Pública pelas arboviroses, incluindo monitoramento e gestão da emergência.

Além disso, a SES-MG está pagando, neste mês de fevereiro, um incremento de R$ 32,2 milhões aos municípios mineiros para o combate da dengue, zika e chikungunya no Estado. O valor se soma aos R$ 80,5 milhões repassados em dezembro, enquanto outros R$ 32,2 milhões serão pagos no mês de julho.

A Secretaria de Estado de Saúde está investindo também R$ 30,5 milhões para que os municípios contratem o serviço de drones que serão utilizados na identificação, monitoramento e tratamento dos focos e criadouros do Aedes aegypti, permitindo atuação mais direcionada e eficaz por parte das Secretarias Municipais de Saúde. Foram repassados R$ 15 milhões em 2023 e o restante será pago já nos próximos meses.

Em novembro de 2023, a SES-MG publicou a Política Estadual para Vigilância, Prevenção e Controle das Arboviroses, que se configura como um conjunto de ações com a finalidade de prevenir e controlar a ocorrência dessas endemias na população e garantir o acesso a serviços de saúde, de forma oportuna, resolutiva, equânime, integral e humanizada, no âmbito do Sistema Único de Saúde em Minas Gerais (SUS-MG). Em paralelo, foi publicado o Plano Estadual de Contingência para Enfrentamento das Arboviroses com vistas a organizar as ações de enfrentamento em caso de surtos ou epidemia no Estado de Minas Gerais. A SES também dá suporte na elaboração e acompanhamento dos Planos Municipais de Contingência (PMC). 

Entre as ações desenvolvidas durante todo o ano, destacam-se o monitoramento constante dos casos, incluindo os casos graves, incidência e óbitos, com atualização do Painel Arboviroses: Vigilância Epidemiológica: www.saude.mg.gov.br/aedes/painel e do boletim epidemiológico. Para direcionar as ações de controle pelos municípios mineiros, a SES-MG realiza ainda, trimestralmente, o Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LirAa/LIA) que aponta, entre outros, o Índice de Infestação Predial pelo Aedes (IIP).

Também são promovidas reuniões periódicas do Comitê Estadual de Enfrentamento das Arboviroses para deliberar sobre o cenário epidemiológico no Estado e as ações a serem desenvolvidas por cada eixo que o compõe, além de encontros regulares com os Comitês Regionais de Enfrentamento das Arboviroses, visando o planejamento de ações e o repasse de orientações, e com as Unidades Regionais de Saúde para alinhamento estratégico. A SES-MG distribui ainda inseticidas e equipamentos para viabilizar as atividades de controle vetorial nos municípios. 

Prevenção

Para prevenir a proliferação do mosquito causador da dengue e chikungunya, é fundamental a adoção de ações de proteção coletiva, como remoção de locais onde há acúmulo de água e eliminação de criadouros de mosquitos, além do tamponamento de caixas d’água e realização da limpeza das calhas.

Para a proteção individual contra a picada do mosquito, recomenda-se o uso de repelente, inclusive por pessoas com sintomas ou já diagnosticada com dengue ou chikungunya, uma vez que o mosquito pode se infectar ao picá-la e transmitir a doença para outros indivíduos.

Tratamento

Em caso de sinais e sintomas suspeitos de arboviroses (dengue, chikungunya, zika) recomenda-se buscar o atendimento médico. As Unidades Básicas de Saúde em todo o Estado são a porta de entrada para esses pacientes, que, se devidamente tratados, no tempo oportuno, não correm risco de evolução no quadro.

Mobilização e qualificação

A SES-MG está percorrendo todas as Macrorregionais de Saúde do Estado para atuar com os gestores, técnicos e profissionais dos municípios na avaliação, por meio de simulados, dos planos de contingência municipais, a fim de preparar e organizar as ações previstas.

Também foram realizados em Belo Horizonte o curso Arboviroses: Manejo Clínico e Plano de Contingências, voltado para profissionais e gestores dos municípios das Unidades Regionais de Saúde de Belo Horizonte, Sete Lagoas e Itabira, e o curso Qualificação em Manejo Clínico para Arboviroses, voltado para médicos e enfermeiros, que atuarão como multiplicadores para a assistência a pacientes em nível regional, alcançando toda a Rede de Atenção, de Unidades Básicas de Saúde a Unidades de Pronto Atendimento, de todo o Estado.

No ambiente virtual da SES-MG, está disponível ainda o curso Arboviroses, para atualização do manejo clínico de pacientes com dengue, zika, chikungunya e febre amarela. Voltado para os profissionais de saúde envolvidos no atendimento à população afetada por essas doenças, o curso aborda sintomas, sinais de alarme, diagnóstico diferencial e tratamento.

Fonte: Jornalismo SES-MG

Mais informações com a assessora técnica de Saúde da AMM, Juliana Marinho, pelo WhatsApp (31) 2125-2400.

Foto: Rafael Mendes

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