Levantamento revela situação da infestação por Aedes aegypti em Minas Gerais

Pesquisa feita em janeiro aponta que 305 municípios estavam com risco mais alto de transmissão de arboviroses

A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) divulgou os resultados do primeiro Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LirAa/LIA) de 2024, feito entre 8 e 27 de janeiro, nos municípios mineiros. A pesquisa é uma ferramenta importante para direcionar as ações de controle das doenças transmitidas pelo mosquito, como dengue, chikungunya e zika.

Dos 808 municípios participantes, 137 apresentaram Índice de Infestação Predial pelo Aedes (IIP) igual ou menor que 0,9, sendo classificados como satisfatórios e em baixo risco de transmissão de dengue, zika e chikungunya. No entanto, 366 municípios estavam, naquele período, em situação de alerta e 305 em risco elevado para a transmissão dessas doenças.

O subsecretário de Vigilância em Saúde da SES-MG, Eduardo Prosdoscimi, destaca que a maior parte dos focos do mosquito está dentro de residências, em recipientes como vasos de plantas e pratinhos, além de áreas externas onde itens acumulados podem gerar água parada. Ele reitera a importância da participação ativa da população no combate ao Aedes aegypti.

Os dados do LIRAa/LIA permitem identificar os locais e os tipos de recipientes onde o mosquito está se proliferando, o que é essencial para direcionar as ações de combate ao vetor. Por exemplo, os depósitos móveis, como vasos de plantas e frascos, foram os mais frequentemente infestados, seguidos por lixo, sucatas e entulhos.

Já o Índice por Tipo de Recipiente (ITR) busca melhorar o uso de recursos humanos e materiais no combate ao mosquito. Ele indica o percentual de cada tipo de recipiente em que foram encontradas larvas de Aedes, permitindo que as equipes de combate a endemias direcionem suas ações de acordo com a situação da infestação em cada área do município.

Embora a Vigilância em Saúde estadual não considere apenas o levantamento da infestação por Aedes aegypti para avaliar a situação epidemiológica quanto à dengue, chikungunya e zika, os dados obtidos por meio do LirAa/LIA podem ser considerados como um indicativo de alerta para os locais com possibilidade mais acentuada de registrar um maior número de casos dessas arboviroses.

Em janeiro de 2024, permaneceu mais frequente (34,9%) a infestação dos depósitos móveis (vasos, frascos e pratinhos de plantas, bebedouros, recipientes de degelo das geladeiras etc.), semelhante aos quatro levantamentos de 2023.

Lixo, sucata e entulho ocuparam a segunda colocação entre os recipientes mais infestados em janeiro de 2024 (25%), assim como visto nos levantamentos feitos em janeiro, maio e outubro de 2023.

Os depósitos utilizados no armazenamento de água para consumo humano ao nível do solo (tonel, tambor, barril, filtro etc.) apareceram em terceiro lugar (17,5%) entre os mais infestados, assim como foi observado em 2023. Pneus e outros materiais rodantes ocuparam a quarta posição (10%), seguidos dos depósitos fixos (tanques em obras, borracharia ou horta, calhas, lajes, sanitários, piscinas, ralos etc.) com 9%.

Nas últimas colocações, apareceram os depósitos de água elevados ligados à rede pública ou a sistemas de captação (caixa d´água, tambor, depósitos de alvenaria etc.) e os depósitos naturais (bromélias, ocos de árvores e de rochas etc.) com 2,0% e 1,6%, respectivamente.

Como o lixo, as sucatas e o entulho ocuparam a segunda colocação entre os recipientes mais infestados este ano, os mutirões de limpeza, nos bairros, têm grande valor neste período de altas temperaturas e de chuvas frequentes. Outro ponto de atenção é relativo aos bebedouros dos animais, que devem ser lavados com bucha pelo menos uma vez por semana.

Confira o levantamento aqui.

Como combater o mosquito

*Mantenha lixeiras sempre tampadas.
*Deixe o quintal sem lixo e entulhos e coloque garrafas e baldes de cabeça para baixo.
*Mantenha reservatórios de água do ar-condicionado, geladeira e umidificador secos e vazios.
*Os ralos devem estar limpos e protegidos por tela.
*Não use pratinhos que acumulam água sob os vasos de planta.
*Os bebedouros dos animais devem ser limpos com bucha ou escova semanalmente.
*Mantenha as canaletas e calhas desobstruídas para não acumularem água com a chegada das chuvas.
*Faça manutenção periódica de piscinas e caixas d’água.
*Coloque plantas que acumulam água em local coberto.
*Deixe lonas bem esticadas, evitando a formação de poças d’água.

Para mais informações sobre o mosquito Aedes aegypti e as doenças relacionadas a esse vetor, acesse www.saude.mg.gov.br/aedes.

Fonte: Jornalismo SES-MG
Foto: Rafael Mendes

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