Em novembro, mês dedicado à conscientização sobre a saúde dos homens, o Ministério da Saúde e o Instituto Nacional de Câncer (Inca) reforçam que o diagnóstico precoce pode possibilitar melhores resultados no tratamento e consideram que o rastreamento deve ser avaliado conforme cada caso.
Estudos apontam que o rastreamento em homens sem sintomas, simplesmente por terem atingido determinada faixa etária, pode resultar em diagnósticos incorretos, como falsos-positivos, que geram estresse e ansiedade, além da necessidade de exames invasivos, como biópsias. Em alguns casos, homens podem ser diagnosticados e tratados para um câncer que, de fato, não evoluiria para uma condição ameaçadora à vida, submetendo-os a procedimentos que podem causar dores, sangramentos e infecções, além de efeitos colaterais significativos, como disfunção erétil e incontinência urinária.
A considerar o equilíbrio entre benefícios e riscos, caso deseje fazer exames de rotina como o PSA e o toque retal, essas práticas devem ser uma decisão compartilhada entre o paciente e o profissional de saúde, de forma que o homem entenda e conheça todas as prováveis consequências para a sua saúde.
Por muitos anos, o exame de rotina foi incentivado como a melhor maneira de prevenir o câncer de próstata. Porém, conforme as atuais diretrizes do Inca, a busca pelo diagnóstico precoce é a maneira mais eficaz de garantir a saúde masculina, especialmente se não houver sintomas.
A recomendação é que o diagnóstico precoce seja feito com base em sintomas como o surgimento de dificuldade para urinar, demora em começar e terminar de urinar, diminuição do jato de urina, necessidade de urinar mais vezes durante o dia ou à noite e presença de sangue na urina. A partir desses sinais deve-se buscar atendimento médico o mais rápido possível.
O médico irá orientar a necessidade de exame de sangue (PSA), o toque retal, ou o exame histopatológico, que é a biópsia; todos esses disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS), assim como cirurgia, quimioterapia e radioterapia. Também é importante considerar que a idade é o principal fator de risco para o câncer de próstata, sendo a doença mais incidente a partir dos 60 anos. Um fator que determina uma maior agressividade do tumor é a obesidade.
O câncer de próstata é o segundo tipo de câncer mais incidente na população masculina em todas as regiões do País, atrás apenas dos tumores de pele não melanoma. No Brasil, estimam-se 71.730 novos casos de câncer de próstata por ano para o triênio 2023-2025. Atualmente, é a segunda causa de óbito por câncer na população masculina, o que reafirma sua gravidade no país.
Investimentos
O compromisso do Ministério da Saúde no tratamento do câncer de próstata tem sido reforçado com o aumento dos procedimentos cirúrgicos e exames preventivos e com o fortalecimento das ações de tratamento da doença, em especial procedimentos cirúrgicos, radioterápicos, quimioterápicos e hormonioterápicos.
A pasta investiu mais de R$ 167 milhões entre 2023 e julho de 2024 para procedimentos cirúrgicos de câncer de próstata. Para o mesmo período, foram investidos mais de R$ 501 milhões para quimioterapia de câncer de próstata. Para radioterapia, foram investidos mais de R$ 225 milhões.
Em 2023, foram 233.090 cirurgias para tratar o câncer de próstata – um aumento de aproximadamente 5% ao ano desde 2020. Nos primeiros sete meses de 2024, já foram registradas 143.325 cirurgias, indicando a continuidade do crescimento nos atendimentos.
O investimento do Ministério da Saúde é essencial para garantir acesso igualitário a procedimentos de alta complexidade em todo o País. A concentração de casos de câncer de próstata é maior no Sudeste, com uma taxa estimada de 77,89 a cada 100 mil homens, enquanto o Norte apresenta a menor incidência, com 28,40 a cada 100 mil homens.
Além disso, o acompanhamento pós-tratamento, fundamental para minimizar complicações como incontinência urinária e impotência sexual, é realizado por intermédio de exames periódicos de PSA. O Ministério da Saúde reforça ainda a importância de campanhas como o Novembro Azul para, assim como ao longo de todo o ano nos serviços de saúde, incentivar o autocuidado em saúde dos homens, sobretudo pela adoção de hábitos saudáveis e acompanhamento regular por equipe de saúde.
Cuidados
Entre os principais fatores de risco para o câncer de próstata estão a idade (incidência e mortalidade aumentam significativamente após os 60 anos), o histórico familiar (pai ou irmão com câncer de próstata antes dos 60 anos) e a alimentação (sobrepeso e obesidade).
A Organização Mundial de Saúde (OMS) destaca ações e mudanças de hábitos que ajudam a reduzir os fatores de risco, como controle do tabaco, prevenção ao uso do álcool, prática de atividade física, alimentação saudável, combate ao sedentarismo e à obesidade, dentre outros.
No SUS, os homens contam com uma linha completa de cuidados para o diagnóstico e tratamento do câncer de próstata, incluindo exames como o PSA, o toque retal, a biópsia e opções de tratamento com cirurgia, quimioterapia e radioterapia.
Acesse AQUI a Nota Técnica com recomendação pelo não rastreamento populacional do câncer de próstata
Fonte: Ministério da Saúde