A importância da responsabilidade fiscal no crescimento econômico e social e no controle das contas públicas foi o tema da edição do Ciclo de Debates Econômicos promovido pelo Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), no dia 27 de maio de 2025, em Belo Horizonte. A assessora técnica de Economia da AMM, Angélica Ferreti, participou do evento, representando o presidente da Associação e prefeito de Patos de Minas, Luís Eduardo Falcão Ferreira.
Durante a abertura dos debates, o presidente do BDMG, Gabriel Viégas Neto, destacou que discutir perspectivas, ações e medidas econômicas transformadoras faz parte do trabalho de um banco de fomento. “Para nós, responsabilidade fiscal não significa apenas contenção, mas compromisso com a sustentabilidade das políticas públicas, com a eficiência do gasto e com a criação de um ambiente favorável ao investimento, à geração de empregos e ao desenvolvimento social”, afirmou.
Na avaliação da assessora Angélica Ferreti, é relevante adotar ações concretas e transformadoras voltadas ao fortalecimento da economia local. Para ela, refletir sobre perspectivas e medidas estruturantes que impactem positivamente os municípios é parte fundamental da missão de um banco de fomento comprometido com o desenvolvimento de Minas Gerais.
“Responsabilidade fiscal não significa apenas conter despesas, mas sim assumir um compromisso real com a sustentabilidade das políticas públicas, com o uso eficiente dos recursos e, acima de tudo, com a construção de um ambiente que favoreça o investimento nos territórios, a geração de empregos nos municípios e o desenvolvimento social com justiça e equilíbrio”, afirmou.
A assessora ressalta o compromisso com uma gestão municipal robusta e propositiva, baseada em planejamento estratégico, responsabilidade fiscal e visão de longo prazo – elementos essenciais para garantir um desenvolvimento econômico verdadeiramente inclusivo e regionalizado.
A abertura do evento contou ainda com a participação da secretária de Desenvolvimento Econômico do Estado de Minas Gerais, Mila Corrêa da Costa. “É preciso realçar esse tema, pois em todas as agendas que temos feito com o governador são constantes as abordagens sobre a questão fiscal. Lidamos com temas estratégicos, desafiadores e cruciais para desenvolver a nossa política e é indispensável lançar o olhar da responsabilidade fiscal nas mais diversas áreas”, destacou.
O ex-diretor do Banco Central, Alexandre Schwartsman, destacou a importância do controle das contas públicas. “É uma questão essencial pensar na sustentabilidade do crescimento e da dívida pública. Sem isso, teremos uma inflação muito mais alta do que gostaríamos. O gasto do governo estimula a demanda, mas a capacidade de crescimento de um país está associada ao crescimento da força de trabalho somada ao crescimento da produtividade”, afirmou.
Ele ponderou que há uma transição demográfica em curso no País com o envelhecimento da população e que o foco deveria ser estimular a produtividade. “A capacidade de crescimento precisa vir da produtividade. O governo gastar mais pode até acelerar a economia além do seu potencial, mas também estimula as tensões inflacionárias que temos hoje”, afirma.
A economista-chefe do Banco Inter, Rafaela Vitória, defendeu a adoção de medidas para o controle do endividamento e uma revisão dos gastos públicos. “A inflação começa a acelerar e é necessário voltar a falar de ajuste fiscal. Fizemos um ajuste importante em 2016, via a criação do teto de gastos, e que mostrou ser um caminho que pode ser feito”, afirmou Rafaela Vitória. A economista-chefe do Banco Inter observou que cortar gastos no país é um desafio, mas que precisa ser enfrentado com responsabilidade.
O debate foi mediado pelo economista-chefe do BDMG, Izak Carlos da Silva, e contou com a presença de economistas, empresários e estudantes universitários, funcionários do Banco, entre outros.