Palestras da Sala Triângulo destacaram a importância da educação parental e da boa gestão dos recursos para transformar a educação pública municipal
Com foco em fortalecer vínculos familiares e melhorar indicadores educacionais, as palestras “Educação parental: solução pública” e “Maximizando resultados na educação pública”, na Sala Triângulo, no dia 7/5, durante o 40º Congresso Mineiro de Municípios, da AMM, mostraram caminhos inovadores e acessíveis para que municípios avancem com políticas públicas eficazes na área da educação.
A terapeuta de famílias Sarah Ferreira defendeu que apoiar pais e responsáveis é uma medida estratégica para evitar violações de direitos, fortalecer os vínculos familiares e reduzir a demanda por serviços de assistência social e saúde mental. Ela explicou que políticas de educação parental não apenas previnem problemas sociais, mas também contribuem para o desenvolvimento saudável das crianças.
“A solução para a transformação de situações de vulnerabilidade de crianças e adolescentes pode vir também de uma formação estruturada para pais, professores e responsáveis, sempre integrada às escolas, utilizando a leitura educacional existente de cada unidade de ensino. Independentemente da metodologia que é usada em cada escola, o importante é envolver a comunidade e promover o compromisso coletivo, porque o objetivo não é apenas levar a educação para a escola, mas para toda a sociedade”, afirmou Sarah.
Já Erivaldo Oliveira da Silva, mestre em economia pela USP, mostrou que a qualidade do gasto público é determinante para a melhoria dos indicadores educacionais. Segundo ele, além de buscar mais recursos, os municípios devem adotar estratégias baseadas em evidências, como monitoramento de dados, avaliação de políticas públicas, capacitação contínua de professores e gestores escolares e, principalmente, a implementação do ensino integral.
“A maximização dos resultados da educação consiste em se buscar mais alunos e, sempre que possível, colocar o estudante em tempo integral. Porque ter o aluno em tempo integral, além de você causar benefícios para as famílias, menos violência, o município pode dobrar o Fundeb. Até o ano de 2034, o Plano Nacional de Educação diz que todas as escolas do Brasil têm que ser em tempo integral. E a gente não tem nem 20% das escolas no país em tempo integral. Então, a gente precisa acelerar para levar um desenvolvimento total”, reforçou Silva. As palestras reforçam que a transformação da educação pública pode começar por ações simples, porém bem estruturadas – seja fortalecendo as famílias seja maximizando o uso dos recursos já disponíveis.
